Uma maneira simples, porém muito interessante de iniciar a prática da meditação é através da abordagem dos 4 elementos.
Ar, água, terra e fogo são elementos primordiais, que constituem a matéria e, portanto, de que somos também constituídos.
Através desta prática, podemos perceber a unidade que existe entre o ser humano e seu ambiente. O que está dentro e o que está fora é, em última instância, a mesma coisa. O que surge desta percepção é um sentimento de conexão muito libertador e acolhedor.
Ao explorar cada elemento, podemos nos concentrar em suas características físicas, bem como em seu significado, nas associações que ele provoca. É um processo bastante livre, em que a mente vai buscando os sentidos tanto dentro como fora de si. A seguir apresentarei um exemplo de um caminho que esta meditação pode seguir.
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A terra
A terra é o elemento associado à sustentação, à estabilidade, à segurança. Sentimos o peso do nosso corpo e focamos nos pontos de contato entre nós e o chão ou a almofada onde estamos sentados. Imaginamos a terra, de onde brotam plantas e árvores que nos fornecem alimentos, onde construímos nossas casas. A terra como lugar de nascimento e também como abrigo na morte. A terra acolhe e transforma. No nosso corpo, ossos e pele nos dão sustentação . Muitas vezes precisamos encontrar a estabilidade para seguir em frente. “Manter os pés no chão”é um ditado que chama a atenção para a solidez, para não se perder, para um planejamento. Mas nada é imutável. O que nos leva ao próximo elemento.
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A água
A água representa a fluidez, o movimento. Oceanos, rios, lagos, mares. A água que corre em nosso corpo, nosso sangue, indispensável para as trocas de substâncias que nos proporcionam a vida. Um fluxo contínuo e a impermanência. Um homem nunca se banha no mesmo rio porque o rio nunca é o mesmo, nem o homem. A água também costuma ser associada a emoções, que podem nos invadir e transbordar. Água em forma de chuva, que limpa, acalenta, mas pode também destruir. É movimento, assim como o ar.
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O ar
O ar como leveza, invisibilidade. Associado a voar remete à liberdade, transformação, rapidez. Uma folha ao vento é a fluidez do ar, com graça percorre caminhos aéreos. Do ar depende nossa vida, nossa respiração, nos preenche e nos esvazia. Através do olfato o ar nos traz cheiros carregados de significados, voláteis como nossos pensamentos. O que surge também desaparece.
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O fogo
O fogo como temperatura, o calor que torna a vida humana possível. A dança das labaredas vermelhas em uma fogueira. O fogo como origem e como aquilo que consome. O fogo também pode ser explosivo, como um rompante de raiva. E pode ser acalentador, numa noite fria. Uma força primordial que remete, mais uma vez, à impermanência, mutabilidade e transformação.
Assim, nessa prática meditativa , posso me sentir conectado com tudo o que me rodeia. O momento presente é suficiente, pois ele contém tudo. Não há outro lugar em que eu poderia estar. Não há outra pessoa para ser. Descanso neste momento pois somos juntos.
Sinta esta prática e termine oferecendo seu mérito a todos os seres.