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Os vencedores do prêmio anual do Museu de Design de Londres, demonstram como o design pode responder questões sobre justiça social, mudanças climáticas e claro, a pandemia.

Todos eles contêm mensagens poderosas de mudança e demonstram a capacidade do design de explorar novas ideias que confrontam alguns dos problemas difíceis que o mundo enfrenta atualmente. Um bom exemplo é o principal vencedor de 2020, o projeto artístico Teeter-Totter Wall, selecionado nas categorias “Transporte” e “vencedor geral”, projetado por Ronald Rael e Virginia San Fratello com o coletivo Chopeke.

Teeter-Totter Wall foi uma instalação que funcionou por um breve período na fronteira entre os EUA e o México, mas que, apesar do pouco tempo que ficou exposto(apenas 20 minutos), teve um significado enorme para todo o mundo. A gangorra foi instalada na fronteira, permitindo que crianças mexicanas e americanas brincassem juntas.

Outro projeto que teve um grande destaque foi o coletivo Lastesis, que venceu na categoria digital. Foi um outro projeto, ou protesto, no caso, cujas imagens e vídeos se espalharam pelo mundo para denunciar a violência sexual contra mulheres. A iniciativa começou no Chile em 2019 e, posteriormente, foi replicada em vários idiomas em todo o mundo.

“A música destaca o uso de violência sexual política pela polícia durante uma revolta social no Chile, mas desde então foi reproduzida por feministas na Índia, Quênia, México e além. O ritmo do canto, quando as mulheres batem os pés e batem os punhos, é contagiante".

Camille Walala
Vídeo de “A Rapist in Your Way (‘Un violador en tu camino’)”

Na categoria produtos, o vencedor foi o “Impossible Burger 2.0”, da empresa Beyond Meat. A ideia de que sem carne, produtos alimentícios neutros em carbono podem carregar a mesma linguagem semântica na forma de representação visual e do produto através do sabor, toque, tato e densidade realmente parece um passo à frente em uma forma muito mais consciente de consumo alimentar.

Produtos a base de plantas são importantes não somente para a saúde humana, mas também para diminuir o desmatamento para a criação de gado e também para evitar a morte de milhões de animais todos os anos.

Imagem: Beyond Burger divulgação

A arte e o design na pandemia

Em tempos de pandemia e quarentena em todo o planeta, a renderização de SARS-CoV-2 de Alyssa Eckert foi uma das imagens mais onipresentes de 2020 e ganhou o prêmio na categoria “gráficos”.

Vencedor da categoria “arquitetura”, o ModSkool by Social Design Collaborative é uma estrutura para uma escola de fácil instalação e desmontagem, criada para responder às expulsões forçadas de comunidades agrícolas nas várzeas do rio Yamuna, na Índia. ‘Uma peça elegante de design abordando uma situação crítica real e fornecendo um bem social genuíno’, foi o comentário de Edwin Heathcote, crítico de arquitetura e design do Financial Times e membro do júri Beazley.

E por último, mas não menos importante, a bolsa Telfar foi a vencedora na categoria “fashion”. O produto já havia sido apelidado de ‘o acessório da década’, e este prêmio na categoria de moda consolidou sua importância no mundo do design de moda em 2020. Os fabricantes dessa bolsa, feita com couro vegano e gênero neutro foram escolhidos por sua capacidade de “redefinir a relação entre eles e seus clientes.

Veja abaixo a lista geral dos vencedores de 2020:

VENCEDOR GERAL – Teeter-Totter Wall desenhado por Ronald Rael e Virginia San Fratello com Colectivo Chopeke

ARQUITETURA – ModSkool projetado por Social Design Collaborative

DIGITAL – Um estuprador em seu caminho (Un Violador en tu Camino) desenhado por Colectivo LASTESIS

FASHION – Bolsa Telfar desenhada por TELFAR

GRÁFICOS – Renderização 3D de SARS-CoV-2 projetado por Alissa Eckert e Dan Higgins (Centro de Controle de Doenças)

PRODUTO – Impossible Burger 2.0 desenhado por Impossible Foods

TRANSPORTE – Teeter-Totter Wall projetado por Ronald Rael e Virginia San Fratello com Colectivo Chopeke