Se você está pensando em fazer como Sting, David Lynch e Rivers Cuomo, entre tantos outros, e aderir à prática da meditação, talvez seja interessante fazer antes um exercício muito simples: o da contemplação.
Isso porque estamos muito acostumados a uma vida ocupada, corrida, repleta de afazeres sem fim. E como se a nossa identidade fosse definida pelo número de metas que conseguimos atingir: faço, logo existo! Mas, por incrível que pareça, existe uma outra dimensão que é definida pelo ser.
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Sim, nós existimos além do fazer. Por baixo de nossos papéis de pais, profissionais, estudantes, existe a dimensão do existir, o que significa que a nossa existência basta em si mesma. Significa que apenas ser traz em si uma experiência rica e completa. É o contato com essa dimensão que a meditação pode proporcionar.
Porém, se você se sentar em meditação vestindo a fantasia do “ser que realiza”, ou seja, preocupado com aquele compromisso importante, com o jantar do dia seguinte, com o trabalho por realizar, sua experiência será muito limitada.
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O contraste com a ação é a contemplação. Como quando você está diante de uma paisagem incrível: você quer apenas ter a certeza de que você está ali, naquele momento, para apreender tudo com os seus sentidos e apreciar um momento único. Quando nos predispomos à contemplação não precisamos fazer nada. Basta estar ali, presente e testemunhando o que está aparecendo. Apenas sendo, sem agir. Esta mudança no tipo de interação que temos com o mundo pode ser um passo inicial para o processo da meditação. Contemplar uma obra de arte, um pôr-do-sol, um objeto trivial, tudo pode ser interessante.
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Eu observo uma planta de lavanda. Suas folhas são pequenas, de uma cor entre o verde, o cinza e o azul. Suas flores são pequenas e delicadas, e é impressionante como se encaixam, em harmonia plena.
Nesse contexto de apreciação, de aceitação do que aparece, a experiência da meditação pode florescer.